"Instituições Políticas Brasileiras" de Oliveira Vianna
I
Durante o Período Colonial, era comum os que núcleos urbanos dos pequenos vilarejos fossem resultantes das ações colonizadoras da Monarquia, ao contrário das cidades maiores, cuja urbanização foi construída pelo viés revolucionário popular, embora este seja caso raro.
Era de grande prestígio à Coroa quem ocupava-se de fundar povoações e, depois, erigi-las em vilas, como fazia Morgado de Mateus. A função destes chamados “capitães-mor regentes” era para com a criação de um Estado: agremiar “moradores diversos” em povoações, sob a gestão e tutela de um governador. Entretanto, estas concentrações não perduravam muito: logo os moradores, pouco inclinados à vida urbana, voltavam a seus sítios, embora coagidos pelas ameças de seus capitães. Nas zonas mineradoras a situação era outra: as marcações territoriais era minifundiárias e, portanto, induziam os mineiros a se concentrar.
II
À exceção das zonas de ouro, toda a distribuição de terras era incompatível com a qualquer tendência centrípeta dos moradores. Conforme o autor, “não se podia engenhar sistema mais intensivamente estimulador da dispersão da população”.
De norte a sul do País eram distribuídas grandes extensões de terras a famílias. Nesse sentido, este sistema preparava e estimulava a dispersão dos colonizadores, ao contrário do modelo espanhol, que pregava a prosperidade comunitária e coletiva da terra.
A economia do açúcar tornava tudo ainda mais contraditório. A organização econômica do engenho real era autárquica, e a forma como era distribuídos os engenhos e a força de trabalho em nada impelia à aglomeração ou à associação. Assim, dada a distância mínima, estimulava-se o isolamento da população destes núcleos agrários. Nos sertões, a dispersão era ainda mais acentuada, pois a concessão incentivava a formação de uma fazenda por légua, sendo proibido levantar habitações nos arredores.
III e IV
Este isolamento já pôde ser percebido por