Oliveira Vianna e cidadania
CIDADANIA NO BRASIL – DE 1920 AO FIM DA DÉCADA DE 1940
Alexander David Anton Couto Englander*
Cite este artigo: ENGLANDER, Alexander David Anton Couto. O pensamento social de
Oliveira Vianna e a cidadania no Brasil – de 1920 ao fim da década de 1940. Revista Habitus: revista eletrônica dos alunos de graduação em Ciências Sociais - IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, v.
7, n. 2, p. 5-23, dez. 2009. Semestral. Disponível em: . Acesso em: 29 dez. 2009.
Resumo: O artigo aborda as relações de influência mútua entre o pensamento social de
Oliveira Vianna e a vida política do país nos anos 20 e 30. Este intelectual nos oferece uma condição de estudo especial, pois as idéias presentes em seu primeiro livro, Populações
Meridionais do Brasil, de 1920, antecipam e - tomo como hipótese - participam da estruturação dos debates e das disputas políticas que resultaram na Revolução de 30 e, posteriormente, no
Estado Novo. O Estado Novo, que utilizou-se institucionalmente das teorias de Vianna e, por outro lado, pelo sociólogo foi estudado, obrigando-o inclusive a reformular suas teorias, foi incapaz de criar uma “Sociedade Nova”, integralmente moderna e plenamente constituída de uma cultura de direitos, como idealizou Vianna em seus livros das décadas de 1920 e 1930. No fim da década de 1940, com o fim da ditadura Vargas, Vianna reformula suas idéias das décadas anteriores, repensando o papel do Estado como portador social da mudança.
Palavras chave: Mudança Social, Cidadania, Cultura Política Autoritária, Estado Novo,
Oliveira Vianna, Pensamento Social Brasileiro.
1. Introdução
O
presente artigo pretende analisar um momento de mudança social na organização social e política do Brasil e pensar como as questões que surgiram na época foram abordadas pelos intelectuais que teorizavam sobre a sociedade nacional. A
abordagem aqui centrar-se-á na hipótese da estruturação, nas políticas estatais pós-Revolução de 30,