Inquisi O
Em fins do século XIII a Igreja Romana sentiu-se ameaçada por uma série de críticas que estavam sendo feitas aos dogmas sobre os quais se apoiava a doutrina cristã. Essas críticas e dúvidas sobre a verdade absoluta da mensagem da Igreja aumentaram gradativamente, e os indivíduos que partilhavam dessas ideias contestadoras da doutrina oficial do catolicismo eram chamados hereges.
A palavra herege significa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé.
A inquisição medieval
O aumento das contestações aos dogmas da igreja, na Europa ocidental, levou o Concílio de Verona, em 1184 a nomear bispos para visitarem paróquias suspeitas de heresia. Os bispos tinham o título de Inquisidores Ordinários.
A inquisição é produto de uma longa evolução durante a qual a Igreja e o Papado sentiam-se ameaçados em seu poder.
Para que a caça aos hereges surtisse efeito, era necessário o apoio do Estado, dos soberanos temporais, o que mostra a implicação politica, principalmente numa época em que o Estado e a Igreja estavam unidos.
Apesar do controle da Igreja, não foi possível conter a difusão das heresias, principalmente dos cátaros, contestadores dos dogmas da Igreja e que no sul da França constituíram-se numa espécie de Igreja contra a Igreja de Roma. Medidas severíssimas foram tomadas pela Santa Sé.
A “inquisição delegada” foi criada pelo papa Gregório IX, que se tornou o coordenador e dirigente principal da luta contra os apóstatas. Domingos de Gusmão, criador da ordem dos dominicanos, organizou em 1219 uma confraria chamada “milícia de Jesus Cristo”. Esses milicianos de São Domingos foram os primeiros a utilizar e aplicar técnicas de crueldade e violência.
A inquisição medieval exterminou comunidades inteiras, dizimou populações e queimou milhares de indivíduos.
A inquisição medieval e a inquisição moderna (principalmente Espanha e Portugal) apoiavam-se em bases comuns: a delação, a denuncia, os “rumores”. A inquisição penetrou em