inovacao no brasil
Inovação à brasileira P
ara empresas de países em desenvolvimento, a estratégia de internacionalização representa o marco divisório entre o crescimento e a estagnação. O processo depende de algumas condições propícias e facilitadoras. Do lado do governo, de infra-estrutura; do lado das empresas, de inovação. Este artigo apresenta dois casos de empresas brasileiras internacionalmente bem-sucedidas e mostra que a causa principal desse sucesso foi a criação de massa crítica tecnológica inovadora.
IMAGEM: KIPPER
por Eva Stal Uninove
As vantagens comparativas de um país em desenvolvimento, que, no passado, contribuíam para a competitividade de suas exportações – clima ameno, mão-de-obra barata, matérias-primas abundantes e grande extensão territorial – não mais sustentam essa capacidade no mercado internacional. Até mesmo a produção de commodities é hoje
substancialmente aprimorada com a aplicação de novos conhecimentos. Atualmente, o que importa são as vantagens competitivas ou diferenciais, construídas e mantidas à custa de inovação em produtos, processos, serviços ou na forma de organizar os negócios. Muitas empresas dos países
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GESTÃO: INOVAÇÃO À BRASILEIRA
emergentes não se consideram aptas a explorar outros mercados em decorrência da distância tecnológica entre as empresas globais e os seus padrões locais. O estágio inicial de aprendizagem tecnológica passa pela cópia, engenharia reversa e adaptação de inovações geradas em outros países.
Esse é o caminho natural, trilhado por todos os países, em diferentes estágios de sua evolução.
Alavancagem governamental. Em processos de internacionalização, a grande diferença será o comprometimento dos governos para implantar uma infra-estrutura composta de universidades, institutos de pesquisa e escolas técnicas que possam apoiar as inovações geradas pelas empresas. Deve ainda oferecer condições