Inovaçao na gestão publica no brasil
Autores: José Antonio Gomes de Pinho e Mercejane Wanderley Santana Resumo
A crise que se abate no mundo capitalista nos anos 80, afeta fortemente o Estado brasileiro provocando uma valorização da esfera sub-nacional que diante do desafio de assumir novas responsabilidades, busca inovações no seu processo de gestão. Tem-se discutido muito experiências de inovação na gestão sub-nacional, principalmente municipal, mas não tem ocorrido avanços no sentido teórico de compreensão da inovação. Este artigo caminha nesta direção, tendo como referencial o trabalho de Schumpeter que desenvolveu a inovação no contexto do sistema econômico. Faz-se um paralelo da inovação no sistema econômico com a inovação na gestão pública, guardadas as especificidades desta. Adicionalmente, através da análise de um material empírico, cem (100) experiências na gestão pública brasileira apresentadas no Programa Gestão Pública e Cidadania-FGV/Fundação Ford, são construídas categorias para expressar a inovação no Brasil contemporâneo, fazendo-se ainda um cotejo dessas categorias com o quadro teórico desenvolvido. 1. Introdução: A esfera municipal tem ganho crescente importância no Brasil nos últimos anos. Por um lado, o retorno à democracia levava à identificação de democracia com descentralização provocando um esvaziamento do Estado central para as esferas sub-nacionais de governo, principalmente a municipal. Por outro lado, a crise que se abate quase de forma generalizada sobre o mundo capitalista nos anos 80, e fortemente sobre o Brasil, faz com que se esgote não só a possibilidade do Estado desenvolvimentista como de qualquer tipo de ação mais abrangente e duradoura do Estado. Assim, as esferas municipal e estadual, mais a primeira até que a segunda, passam a ser depositárias das reais possibilidades de intervenção do Estado no novo quadro que vem se desenhando a partir da década de 80.
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