Inicio do processo
Nossa cultura assim como a cultura mundial só foi passível de atualização através de fatos históricos que proporcionaram tanto sua difusão como sua perpetuidade. Os monges copistas, a criação da imprensa ,a revolução industrial e o cilindro na produção de filmagens. Mas focando na “Cultura Popular Brasileira” é fundamental estarmos atentos a pontos fundamentais de nossa formação. A partir da segunda metade do século XIX os intelectuais e as elites iniciam um processo de valorização do que seria autenticamente brasileiro .Podemos verificar este processo nos escritos dos representantes da escola indianista da nossa literatura, e atinge seu apogeu nos romances de José de Alencar, nos quais são valorizados nossas raízes culturais: o índio, a vida rural, etc. Porém, mesmo neste caso, a forma de tratar a questão é importada: o romantismo europeu. Retrata-se um índio do tipo "bom selvagem", quando na verdade a população indígena brasileira já sofria há muito as consequências do contato com o homem branco. Tem-se, assim, uma aparente defasagem entre o que ocorria no mundo real e no das idéias. A rigor, nada está no lugar e tudo sai de um lugar e entra em outro em que é adaptado aos interesses de grupos e às circunstâncias cambiantes. Os empréstimos culturais são uma constante em qualquer cultura (Burke, 1997). Como historiadores e antropólogos têm mostrado, a dinâmica cultural implica um processo de desterritorialização e de reterritorialização. Uma das riquezas da dinâmica cultural brasileira é justamente a capacidade de digerir criativamente o que vem de fora, reelaborá-lo e dar-lhe um cunho próprio que o transforma em algo diferente e novo (Oliven, 1989). Para parte das elites brasileiras, o positivismo era uma ideologia que vislumbrava a modernidade e justificava os meios autoritários para alcançá-la. Foram militares