Informaticidade
Da mesma forma que a energia tornou-se eletricidade disponível na tomada, processamento de informação vai virar “informaticidade”
Silvio Meira
A era da informação, segundo Peter Drucker, não começou com a internet, mas bem antes, ao fim da segunda guerra mundial. Até então, vivíamos a era da energia, ao redor da qual estavam centrados os negócios e as atividades científicas, tecnológicas e inovadoras. As palavras de ordem eram “mais forte”, “mais rápido”, “mais potente”, num universo de “pressões”, “temperaturas” e “velocidades”. O domínio da tecnologia nuclear e a possibilidade de simular processos estelares deram um ar de fim-da-história ao mundo da energia.
Temos meio século, pois, de era da informação. Isto coincide com a idade das máquinas computacionais, digamos, modernas, inauguradas com o ENIAC, em 1946. Os primeiros processadores eletrônicos de informação eram tão complexos que as organizações que os tinham em casa foram obrigadas a criar departamentos de tecnologia, populados por gente que entendia de sistemas computacionais – os computadores propriamente ditos e sua infra-estrutura de software – e que fosse capaz de fazer as máquinas produzir os resultados exigidos pelos negócios. Da mesma forma como, em determinado momento, as indústrias de sucesso tinham seu próprio departamento de energia (e algumas o têm até hoje), os negócios mais inovadores destes sessenta anos de era da informação foram aqueles que melhor souberam tirar proveito dos computadores, usando para isso a competência tecnológica interna e de tantos parceiros quantos foi possível.
Os computadores e seu uso nos negócios foram inovações radicais do século XX, mudando o mundo e criando possibilidades que, manualmente, seriam impensáveis. Mas toda inovação é incompleta, imperfeita e perene. Então, sempre chega, de novo, a hora de inovar. Não que