Influências sociológicas em os reis taumaturgos, de marc bloch
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de História/ DEHIS
Seminário de Teoria da História II/ Avaliação final.
Prof. Dra. Helena Mollo
Beatriz Pinheiro de Campos
Obra lida:
BLOCH, Marc. Os reis taumaturgos: o caráter do poder régio, França e Inglaterra.Tradução Júlia Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Questão:
Como, em Os reis taumaturgos, Marc Bloch propõe uma nova maneira de pensar e fazer a história em relação ao século XIX?
Para fazer uma análise da obra de Marc Bloch, Os Reis Taumaturgos, em relação à historiografia do século XIX é necessário, antecipadamente, analisar a conjuntura em que o autor escrevia. A obra foi escrita após a primeira guerra mundial, em 1924, e, sem dúvida alguma, sendo um homem de seu tempo, Bloch escreveu como tal, como homem do início do século XX. Jacques Le Goff aponta no prefácio do livro, citando Carlo Ginzburg: Com muita perspicácia e sutileza, Carlo Ginzburg revelou e analisou a maneira pela qual Os reis taumaturgos nasceram da experiência da guerra de 1914/18. Marc Bloch viu ali a reconstrução de uma sociedade quase medieval, uma regressão a uma mentalidade ‘bárbara e irracional’. (...) Assim serão Os Reis taumaturgos, um mergulho na história ‘profunda’. [1] Nesta obra pode-se facilmente notar que o autor distancia-se, em vários pontos, da historiografia positiva, propondo maneiras diferenciadas para a escrita da história, mas, muitas vezes, se aproxima dela. Não se pode negar, de maneira alguma, que Marc Bloch sofreu influências de historiadores positivistas, como James Frazer, Marcel Mauss, Fustel de Colanges e até mesmo Durkheim. Comecemos pela descrição das fontes utilizadas feita por Bloch. Muito detalhista, e não que isto seja um aspecto positivista, o autor expõe os fatos, analisa-os e neles procura uma origem para o rito do toque régio, o toque das escrófulas. Le Goff