apologia
Apologia da História ou O Ofício de Historiador
Edição anotada por Étienne Bloch
Prefácio:
Jacques Le Goff
Apresentação à edição brasileira:
Lilia Moritz Schwarcz
Tradução:
André Telles
Sumário
Apresentação à edição brasileira, por Lilia Moritz Schwarcz
Prefácio, por Jacques Le Goff
A Lucien Febvre, à guisa de dedicatória
Introdução
Capítulo I — A história, os homens e o tempo
1. A escolha do historiador
2. A história e os homens
3. O tempo histórico
4. O ídolo das origens
5. Passado e “presente”
Capítulo II — A observação histórica
1. Características gerais da observação histórica
2. Os testemunhos
3. A transmissão dos testemunhos
Capítulo III — A crítica
1. Esboço de uma história do método crítico
2. Em busca da mentira e do erro
3. Tentativa de uma lógica do método crítico
Capítulo IV — A análise histórica
1. Julgar ou compreender?
2. Da diversidade dos fatos humanos à unidade de consciência
3. A nomenclatura
4. (Sem título)
Capítulo V — (Sem título)
Apresentação à edição brasileira
Por uma historiografia da reflexão
Segundo um velho provérbio árabe, “os homens se parecem mais com sua época do que com seus pais”. Ditos, pretensamente ingênuos, fazem mais do que simplesmente dispor sobre o óbvio; muitas vezes anunciam tendências ou expõem, de forma sintética, sentimentos e expectativas.
Na verdade, foi essa fórmula que Marc Bloch, o grande historiador medievalista francês, sempre buscou. Contra uma historiografia positiva e événementielle — conforme designaram F. Simiand e P. Lacombe —, que se apoiava em fatos, grandes nomes e heróis e assim constituía pautas e agendas históricas naturalizadas, Bloch inaugurou a noção de “história como problema”.
Em primeiro lugar, a história não seria mais entendida como uma “ciência do passado”, uma vez que, segundo Bloch, “passado não é objeto de ciência”. Ao contrário, era no jogo entre a importância do presente para a compreensão do passado e vice-versa