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CONTRIBUIÇÕES DA HISTORIOGRAFIA FRANCESA*
GIZELE ZANOTTO**
RESUMO
Nosso objetivo neste artigo é traçar um breve balanço da historiografia da história dos intelectuais em França, bem como acompanhar os esforços pelo seu revigoramento e valorização, que culminaram com as novas abordagens deste objeto a partir dos anos 60. Partindo da contextualização dos debates, acompanharemos o chamado ostracismo desta abordagem histórica (especialmente com a consolidação da École des Annales), bem como sua renovação pelos trabalhos produzidos sobre o tema nas últimas décadas, que aprofundaram e/ou mobilizaram categorias analíticas instigantes e pertinentes para uma compreensão mais ampla do tema em questão.
A história dos intelectuais e a história intelectual em França vêm se destacando no cenário historiográfico das últimas décadas com uma proposta ampla, que a localiza no cruzamento do político e do cultural 1.
Esse cruzamento é considerado essencial para a compreensão deste grupo ímpar, de sua atuação engajada, de seu pensamento e da influência deste sobre estratos específicos e/ou sobre o conjunto da população. Tal objeto de estudo, entretanto, passou por um longo período de ostracismo e desvalorização no cenário francês, especialmente com a consolidação da chamada École des Annales2 e
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Este artigo deriva de reflexões acerca da historiografia francesa sobre os intelectuais, suscitadas durante a participação na disciplina História Intelectual e Teoria Política, ministrada pelo prof. Dr. Ricardo Silva, cuja ênfase recaiu sobre as contribuições inglesa, alemã e estadunidense sobre o tema.
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Professora do Dep. de Biblioteconomia e História – FURG; Doutora em História Cultural –
UFSC. Email: gizele.zanotto@bol.com.br
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Filiamo-nos à proposta de Antoine Prost que defende a ligação intrínseca entre a história cultural e a história social, em contraponto aos historiadores que defendem uma