Influencia da Musica Americana no Brasil
E, convenhamos, os americanos têm lá o seu mérito. Geralmente capricham na produção, no arranjo cuidadoso da canção, na interpretação sensível explorando a voz ao máximo e na mixagem perfeita. Para que o leigo possa compreender melhor, vou exemplificar (e simplificar) os termos acima da seguinte maneira: a letra e a melodia cantada seriam o “corpo” da canção. Já o arranjo seria a “roupa bem escolhida”, ou seja, os instrumentos que vão fazer parte da música bem como a frase que cada um deles irá executar. O intérprete trabalha a voz em todos seus registros e nuances, coisa que aqui no Brasil ainda é pouco explorada, não temos a tradição do estudo do canto popular; ou se estuda o canto lírico (que é bem diferente) ou se improvisa com o instinto e a facilidade pessoal de cada um, tratando a voz como um “dom divino” que não pode ser estudada e nem aperfeiçoada. Por fim, a mixagem seria a fase final onde é preciso estabelecer um equilíbrio entre todos os ingredientes. Por exemplo: o teclado não pode ofuscar a bateria, que não pode encobrir o baixo, e assim por diante. Tudo precisa ser ouvido com clareza e nitidez, e a voz deve ser ressaltada em seu melhor timbre. Nisso, os americanos são especialistas. Tanto que artistas brasileiros consagrados gravam nos estúdios daqui, porém mandam o material para ser mixado nos EUA.
A tecnologia é uma grande ferramenta na produção musical, mas não basta ter o equipamento mais moderno, é preciso saber domina-lo. E também não basta apenas dominar a máquina, é preciso compreender sobre música, ter conhecimentos sobre o som para utilizar a tecnologia com sensibilidade musical. E isso aqui no Brasil ainda é pouco comum. Enquanto os EUA têm engenheiro de som, nós temos técnico de estúdio com uma formação bem diferente e menos completa, digamos assim.
Bom, méritos reconhecidos, agora falemos dos nossos