Influencia da corrupção
Há tempos a problemática da corrupção na sociedade vem sendo debatida. De origem incerta, essa transgressão dos princípios preestabelecidos pela relação Estado-sociedade tem aparecido como tema de discussão desde a Antiguidade Clássica até os dias atuais. E, até agora, ninguém vislumbrou uma forma efetiva de se combatê-la.
No Brasil, desde os tempos da Colônia, com a ajuda do Santo Ofício, medidas de combates foram tentadas, porém a inclinação para paixões e desejos escusos ainda continuava a ser um imperativo na ação daqueles homens de grossa aventura. O quadro em nada se alterou após a Independência, durante o Império, com o advento da República e no decurso do período de exceção. Pelo contrário. Os casos de corrupção não só aumentaram, como também novas formas de ação e novos personagens foram surgindo. Com a restauração da democracia, novas promessas de se acabar com a corrupção no Brasil foram proferidas no calor das emoções daquele momento histórico. Falácias! Nada mais que falácias. A corrupção continuou a se disseminar pelo país e nos últimos anos nos deparamos com sua face mais mesquinha, mais descompromissada com a coletividade e com a coisa pública.
Procurando fazer uma reflexão acerca dessa dinâmica da ação corrupta no seio da sociedade brasileira, bem como de apresentar outras propostas de combate, o presente trabalho traz, num primeiro momento, as mais variadas definições referentes ao termo corrupção, utilizando-se, para isso, de conceitualizações provenientes da etimologia, da filosofia, da política e da história, e, num segundo tempo, uma discussão epistemológica sobre as possíveis causas (ou origens) desse malogro do homem e da sociedade.
Assim sendo, a metodologia aqui adotada encontra-se pautada numa dialética interdisciplinar entre sociologia, psicologia, filosofia e história, e que trouxe para uma mesma mesa de discussão teóricos de diferentes momentos da