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‘Não cometi erro’, diz autora de livro com erros do MEC Antes de chegar a 484.195 alunos do País por intermédio do Ministério da Educação (MEC), o livro Por uma Vida Melhor, que defende que a forma de falar não precisa seguir a norma culta, foi aprovado por uma comissão formada por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Por causa disso, a obra, da Coleção Viver e Aprender, foi alvo de polêmica, conforme revelou o Jornal da Tarde na sexta-feira passada.
Escrito por Heloísa Cerri Ramos, o livro afirma que o uso da língua popular – ainda que com seus erros gramaticais – é válido para estabelecer comunicação. “Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar os livro?’ Claro que pode”, diz um dos trechos. Por uma Vida Melhor diz que, caso deixem de usar a norma culta, os alunos podem sofrer “preconceito linguístico”.
O MEC não comenta o mérito do livro – ressalta que coube a docentes da UFRN aprovar a obra e a cada escola a decisão de adotá-la ou não (leia mais abaixo). Em entrevista à reportagem, a autora comenta o assunto:
Foi um mal entendido?
Pegaram uma frase sem contexto. Dentro do capítulo que trata de concordância nominal e verbal, explico que, na língua oral, quando se diz “os livro é popular”, entende-se que é plural. Mas, na verdade, acho que houve falta de aceitação. A mídia diz que a escola não produz aprendizagem, mas quando se mostra um aspecto pedagógico ou didático, ela tem posição conservadora, trata com ironia.
A discussão, então, é antiga?
Há pelo menos 30 anos se fala disso entre os que se preocupam em democratizar o ensino. Talvez em um tempo em que só a elite ia para escola, a norma culta bastasse. Hoje, com o acesso da classe popular, a formação tem de ser mais ampla. Nosso livro é direcionado ao ensino de jovens e adultos. Foi feito para aquele que pode ter sido discriminado por falar errado. Não defendo uma escola que fique parada na linguagem popular. Com o