Infertilidade feminina
As mulheres (e os homens também) decidem ter filhos, pois consideram que a vida será mais gratificante com filhos do que sem eles. Imaginam também que ter um filho significa, de certa forma, alcançar a imortalidade.
O casal com problemas de infertilidade vê-se obrigado a fazer permanentes ajustes no seu dia-a-dia, passando a sua vida a girar em torno de um ciclo mensal de esperança/perda. O processo de diagnóstico é penoso, stressante e sempre incerto. A sensação de perda de controlo e fracasso invade o pensamento a todas as horas e em todos os dias.
A infertilidade entra na vida do casal transportando um enorme stress, obrigando-o a fazer mudanças profundas na sua vida, a incluir novas pessoas no seu dia-a-dia quando procuram ajuda médica, mudanças nos padrões de intimidade sexual e mudanças nos seus planos e objectivos de vida.
Assim, é notório que a infertilidade seja ela feminina ou masculina traz consequências na vida do casal. Apesar de existirem muitos tratamentos para a infertilidade esta esperança por vezes desmorona após tentativas frustradas de atender às necessidades dos casais inférteis, tirando a pouca esperança que lhes restava, assim como aos profissionais de saúde envolvidos. O que muitas vezes provoca conflitos entre os casais e mesmo com o grupo de amigos e familiares devido ao stress e a tristeza que se instala naquele agregado.
Em Portugal, estima-se que haja cerca de 500 mil casais inférteis o que significa que existe 1 milhão de pessoas que não conseguem ter filhos. Ou seja 10% da população portuguesa sofre deste problema. Estes números deixam os casais ainda mais ansiosos e nervosos pelo medo de fazerem parte deste número que tende em aumentar.
Em termos clínicos, o sofrimento a que a mulher é exposta no momento em que descobre que é infértil é semelhante ao sofrimento que ocorre quando se perde alguém que se ama ou quando se recebe um