Infarto agudo do miocárdio nos idosos
O diagnóstico do infarto agudo do miocárdio nos idosos difere dos jovens principalmente porque os sintomas são discretos, mal definidos e atípicos.
Provavelmente isso ocorre por alterações da sensibilidade dolorosa, autolimitação às atividades, receio das atitudes médicas e dificuldades de comunicação. Além disso, dores de causas musculoesqueléticas e digestivas são mais comuns em idosos em conjunto com a doença arterial coronária e, obviamente, podem levar a confusão no diagnóstico diferencial.25
O eletrocardiograma também se modifica com a idade. O supradesnivelamento de ST ocorre em apenas 32% dos indivíduos infartados com idades entre 65 e 69 anos e em 26% daqueles com mais de 85 anos.
Além disso, a concomitância de arritmias, atrasos de condução, efeitos de medicamentos e alterações metabólicas são freqüentes, o que dificulta ainda mais o reconhecimento eletrocardiográfico do infarto agudo do miocárdio. Entretanto, a eletrocardiografia é obrigatória e extremamente útil diante da possibilidade de síndrome coronariana aguda.26
Os marcadores bioquímicos são muito importantes no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. A fração miocárdica da creatinofosfoquinase (CK-MB) é o indicador mais utilizado, apesar de suas limitações. As troponinas cardíacas são mais sensíveis que os outros indicadores bioquímicos e devem ser dosadas sempre que possível. 27
A ecocardiografia tem enorme utilidade e a monitorização hemodinâmica à beira do leito deve ser empregada em situações de instabilidade hemodinâmica, e em suspeita de infarto do ventrículo direito. 1
Assim como os jovens, os idosos devem ter seu risco estratificado, definindo assim presença de isquemia, estimativa de prognóstico e determinação de qual o melhor tratamento a ser instituído em cada caso. Para esta estratificação foi proposto um modelo específico para os idosos por Krumholz e colaboradores (2000) que determina o risco de mortalidade para um ano após o infarto agudo