Infantícidio indígena no Brasil
A prática do infanticídio é comum entre algumas tribos no Brasil, e consiste na morte de crianças que são “amaldiçoadas” – deficientes físicas ou mentais, gêmeos, filhos de mães solteiras ou de relações incestuosas -, muitas vezes essas crianças são enterradas vivas ou abandonadas quando ainda bebês na floresta. Essa prática é vista pelos antropólogos como uma prática que deve ser preservada, pois é um dos elementos que compõe a cultura indígena. Mas e quando uma manifestação fere um direito fundamental?
Outros grupos de estudiosos consideram tal ação um atentado contra os direitos da criança e defendem o fim dessa prática. Tal posicionamento pode ser justificado por um novo conceito de cultura que defende que esta não é estática –como acreditam os antropólogos- , e sofre sim mutações sem perder seu caráter e sua essência. Essa nova ideia de cultura passa então a inferir diretamente nessa questão do infanticídio na medida em que os próprios índios passam a defendê-la. No documentário “Quebrando o Silêncio”, índios de algumas tribos onde era praticado o infanticídio se posicionam contrariamente a esse costume, alegando o desejo de manter e valorizar as características culturais positivas do seu povo sem praticar o infanticídio. Assim, é necessário que haja uma intervenção estatal nessa questão, para que haja uma abertura das tribos a essa nova ideia de cultura, para que tomem conhecimento da cura pela medicina de determinadas doenças e da possibilidade de adoção dessas crianças, possibilitando dessa maneira a interrupção da pratica do infanticídio e garantindo os direitos fundamentais à essas crianças, sem perder a essência de sua cultura.