Indivíduos e Estado

Ao afirmamos que “os direitos do indivíduo ocupam posição secundária em relação aos direitos do estado” afirmamos a relação social trabalhada por Karl Marx em seus trabalhos, que trata o estado como um órgão pulsante e abrangente, que tem como princípio gerir e controlar as diferentes classes sociais. Esta afirmativa não pode ser vista como errada, se considerarmos a relação a relação estado e sociedade que mantém a ordem e o controle social, contudo ela segue o pressuposto de que este órgão se coloca acima do desejo pessoal, o que vai de contra ao real desejo do homem em sociedade.
Para a compreensão desta afirmativa faz-se necessário compreender (entender) o que é sociedade, o termo sociedade possui certa dualidade de significados, esse termo pode tratar de um conjunto social formado por regras complexas sendo algumas dessas designadas por personagens hierarquicamente superiores ou a simples ordem social formada por famílias e pequenos aglomerados sociais, que mantém uma relação comum. Trazendo como desígnio que qualquer formação populacional constitui uma sociedade, podemos concluir que o ser humano é um ser fundamentalmente social, já que mantem relações para poder sobreviver e perpetuar a espécie. Nesse processo, ele constitui família e um círculo social e passa a fazer parte dele e servi-lo assistindo outros indivíduos e contribuindo dentro dessa estrutura social.
Contudo este “homem social” não vive em prol da sociedade como afirma Marx, o humano tem necessidades pessoais que precisam ser atendidas e as buscam por meio da sociedade, tentando usar de seus vínculos para realizar e obter o que for e pra quem for de seu puro interesse. Maquiavel defende o homem mal por natureza, capaz de trair e por seus próprios interesses acima do coletivo, esse caráter é visto fundamentalmente no âmbito político, já que esse comportamento reforça a ideia de que por mais que o homem tenda a viver em sociedade e precise da sociedade para sobreviver ele continua a