inclusão
1.1 Linguagem e língua
Entende-se a língua como um instrumento de comunicação, um sistema de signos vocais específicos aos membros de uma mesma comunidade. Graças à sua flexibilidade, mobilidade e situação na cavidade bucal, ela desempenha o principal papel na fonação. Para Ferdinand de Saussure (1995) e os estruturalistas, língua é um sistema cuja estrutura se estuda a partir de um corpus, estudo esse que leva a uma classificação, a uma taxionomia dos elementos do sistema. No Dicionário de Comunicação (1987), em outra concepção de Saussure, língua é o produto social da faculdade da linguagem, pode ser também “um conjunto de conversões necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício da linguagem”. A língua é, portanto um código que pretende estabelecer uma comunicação entre emissor e receptor. Ainda Saussure, em Cours de Linguistique Générale (1995, p.), esclarece que:
[...] pra nós, ela não se confunde com linguagem; é somente uma parte determinada. Ela é, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de conversões necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos [...] A língua, distinta da fala, é um objeto que se pode compreender separadamente. Enquanto que a linguagem é heterogênea.
Na filosofia antiga, Pitágoras, Demócrito e Empédocles trataram da origem da linguagem entendendo que a mesma é o espelho imediato das coisas (natureza e divindade), assim como as mesmas (natureza e divindade) expressam, mostram a linguagem. Já para Aristóteles, a linguagem é instrumento do pensamento com a função de representar as coisas. De acordo com ele, a linguagem é natural em sua função e convencional em sua origem.
À medida que foi usando toda a sua competência lingüística, o ser humano foi se aprimorando aos poucos e recriando novas formas significativas através do meio sócio-cultural em que está inserido. Os