Inclusão
A Escola Inclusiva e a igualdade de oportunidades
PAULA ZÊZERE (*)
Sócrates dizia que o fim último da educação era tornar as crianças inteligentes e boas. Hoje a questão colocada na Escola é encontrar, e para isso precisa procurar incessantemente, quais as estratégias, as novas formas, de conseguir alcançar esse objectivo. Tanto Freud como Ferenczi consideram o conhecimento como uma fonte central de progresso e de humanização, e a ignorância como uma fonte da doença e da paixão irracional. Para eles o conhecimento equivalia à compreensão e o recalcamento à ignorância. A realidade socio-económica e cultural de Portugal e do Mundo está definitivamente alterada. O sistema de valores mudou radicalmente. Actualmente há uma enorme e generalizada dificuldade em encontrar normas, padrões e modelos reguladores do comportamento. Poucos se arriscam a compromissos, por isso comprometedores, que impliquem indicadores de acção e de pensamento que possam constituir-se como modelos de referência, ainda mais, quando, poderão ser apelidados de «não correctos socialmente» ou de «politicamente incorrectos».
Goffman, em 1975 dizia-nos que: «Na América, existia apenas um tipo de homem adulto que não corava, - O jovem pai de família, casado, branco, citadino, nórdico, heterossexual, protestante, diplomado por uma Universidade, empregado a tempo inteiro, de boa saúde, com um bom peso, uma altura suficiente e praticante de um desporto.» Actualmente, no início deste 3.º milénio, existem até palavras que os mais jovens têm pudor em referenciar. Palavras com «amor», «felicidade», «amizade», «crer», «escolher», «acreditar», ou «optar» são hoje consideradas palavras comprometedoras e difusas no seu significado. Só modificando atitudes, será possível, talvez, percorrer o caminho do desenvolvimento de forma mais consistente. É neste contexto que me fará sentido tentar analisar, a preocupação tida ao longo da História, dada ao atendimento às