Imunocitoquímica
Princípios básicos de
Imunocitoquímica
João Ramalho Santos
Departamento de Zoologia
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade de Coimbra
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A técnica de imunocitoquímica é utilizada para localizar proteínas numa célula ou população de células (se for num tecido denomina-se imunohistoquímica), e tem como fundamento a utilização de anticorpos específicos (geralmente IgGs, mas também IgMs) contra a proteína que se pretende identificar e localizar numa dada célula. A proteína em questão funciona assim como antigénio. Há inúmeros anticorpos disponíveis comercialmente. Para sintetizar novos anticorpos é necessário imunizar animais contra a proteína/antigénio, injectandoa na corrente sanguínea (uma estratégia idêntica à vacinação). Posteriormente recolhe-se o sangue dos animais imunizados e purificam-se os anticorpos. Os coelhos são os principais produtores de anticorpos utilizando esta estratégia. A questão é que, neste caso, se purificam todos os anticorpos produzidos para o antigénio que circulam no sangue, isto é, anticorpos que ligam diferentes regiões da proteína. Cada tipo de anticorpo é produzido por um só tipo de linfócito B, mas os anticorpos produzidos por vários linfócitos vão juntar-se na corrente sanguínea. Como temos anticorpos diferentes para uma mesma proteína, estes anticorpos designam-se anticorpos policlonais.
Uma estratégia alternativa consiste em imunizar animais (normalmente ratinhos) com o antigénio, e depois recolher, não o sangue, mas linfócitos B do baço ou da medula óssea. Cada linfócito B apenas produz um tipo de anticorpo contra a proteína que interessa, mas tem um tempo de vida muito limitado. Por isso, funde-se esse linfócito com uma célula tumoral
(mieloma), formando-se uma célula híbrida- hibridoma. Estas células retêm características mistas, isto é, são imortais (como as células do mieloma) e produzem anticorpos (como o linfócito B). Podemos pois cultivá-las e isolar quantidades apreciáveis de