Imperialismo
Economia política: uma introdução crítica¹
Capítulo 8
O IMPERIALISMO
O autor nos diz que na segunda metade do século XX, teóricos de distintas posições políticas, mas vinculadas à tradição inaugurada por Marx, aprofundaram investigações visando compreender fenômenos e processos ocorrentes na sociedade capitalista que não tinham sido analisados pelo autor de “O Capital”. Assim nenhuma delas havia retirado a sua estrutura essencial; mas todas confluíam para configurar um novo estágio na história do capitalismo, a que se denominou imperialismo.
Capital, é relação social e as relações sociais são, antes de mais nada, relações de essência histórica: são mutáveis, transformáveis. Resultantes da ação dos homens, exercem sobre eles pressões e constrangimentos, acarretam efeitos e consequências que independem da sua vontade; mas, igualmente, são alteráveis e alteradas pela vontade coletiva e organizada das classes sociais. Mobilidade e transformação constituem o capitalismo.
A burguesia nasce dos grupos mercantis que acumularam grandes capitais comerciais, afirmando-se como classe que tem na mãos o controle das principais atividades econômicas e confronta-se com os privilégios da nobreza fundiária da época. Assim o capitalismo vai se consolidar no principais países da Europa Ocidental, nos quais erradicará ou subordinará à sua dinâmica as relações econômicas e sociais pré-capitalistas, e revelará as suas principais características estruturais.
Sobre a base da grande indústria, que provocará um processo de urbanização, e êxodo rural sem precedentes, o capitalismo concorrencial criará o mercado mundial (o início da globalização), os países mais avançados buscarão matérias primas brutas e primas nos lugares mais afastados do globo e inundarão todas as partes do planeta com suas mercadorias produzidas em larga escala. A caracterização desse estágio como concorrencial explica-se em função das relativamente amplas possibilidades de negócios