Impactos da Crise do Capital.
Maior evento da categoria, envolvendo profissionais e estudantes de todos os cantos do país, o Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) deste ano traz para o centro do debate a “crise do capital”, seus impactos, tanto da política social implementada pelo Estado brasileiro, quanto na natureza e condições do trabalho dos/as assistentes sociais, aí incluindo também a formação dos/as futuros/as profissionais.Falar de crise do capital não é algo estranho à forma de autorreprodução do sistema capitalista. Nos últimos 200 anos, a história nos revela as crises cíclicas do capitalismo, tão bem identificadas por Ernest Mandel (1985).
A crise, que eclodiu em 2008, atinge hoje seu grau mais perverso, cujos efeitos destrutivos, expressos na imensa desigualdade social, são mascarados em nível mundial pela maioria dos governantes, pela mídia e por segmentos das classes dominantes. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil possui o 3º pior índice de desigualdade do mundo (IDH-D), e aponta a permanência de enorme distanciamento entre pessoas ricas e pobres e entre o menor e o maior salário vigentes.
Ainda convivemos com alto índice de concentração de terra (3,35% das propriedades com mais de 2.550 hectares detêm 61,57% das terras), aumento da precarização das relações e condições de trabalho, além da informalidade de metade da população economicamente ativa. (BOSCHETTI, 2012).É uma crise estrutural, que se estende por toda parte, e atinge a relação dos indivíduos com a natureza, minando as condições fundamentais de existência humana. Esses efeitos destrutivos se expressam na deteriorização das condições de vida da classe trabalhadora, na desregulamentação dos direitos historicamente conquistados, na desorganização política dos sujeitos coletivos, na criminalização dos movimentos sociais e no aumento do endividamento de trabalhadores/as