Os impactos da atual crise econômica mundial
Nesta porta, os impactos têm sido imediatos e severos: queda da bolsa de valores, subida do risco Brasil e desvalorização do câmbio; em razão da venda de papéis brasileiros (ações, títulos públicos e outros papéis de empresas) pelos fundos de investimentos, com o objetivo de compensar as perdas nos mercados americanas e européias, bem como em busca de uma maior segurança nos títulos do governo dos EUA. Adicionalmente, a redução da liquidez nos mercados financeiros internacionais vem implicando aumento do custo do (re)financiamento externo para as empresas brasileiras, além de diminuição do crédito na economia brasileira (para exportadores, agricultura, bancos menores e consumo de bens duráveis). Para agravar ainda mais a situação, empresas exportadoras vêm tendo elevados prejuízos no mercado de câmbio, em operações com derivativos.
Com a transformação da crise financeira em crise econômica geral, especialmente na ausência de controle dos fluxos de capitais, a fuga de capitais tende a se acentuar, em que pese o acúmulo de reservas da ordem de US$ 200 bilhões – o que implicou, até o ano passado, a redução conjuntural da vulnerabilidade externa do país. No entanto, a motivação dessa fuga não dependerá, principalmente, dos chamados “fundamentos da economia”: controle da inflação e trajetória da dívida pública, entre outros. A razão maior se situará, como das outras vezes, na própria dinâmica da especulação financeira, isto é, a crescente aversão ao risco levará à busca por