Impacto da filosofia no mundo actual
Dicas para quem busca seu bem-estar no movimento da vida
A realidade e o observador: o impacto dos pensamentos por Monica Aiub
"Fazemos como Nietzsche descreve: inventamos a verdade e, no instante seguinte, esquecemos que fomos nós que a inventamos"
John Searle, em Mind: A brief introduction (2004), ao apresentar a intencionalidade como um importante problema da Filosofia da Mente, distingue entre a realidade que depende da existência de um observador e a realidade que independe do observador para existir. Elementos como gravidade, fotossíntese, massa, força, átomos são exemplos de coisas que existem independentemente do observador, a realidade natural, segundo ele. Em contrapartida, propriedade, dinheiro, governo são exemplos de coisas que dependem de nós para existir, a realidade social, cultural, existencial. O problema que ele levanta se dá quando consideramos coisas que dependem de um observador como se fossem coisas que existem independentemente dele, como, por exemplo, o dinheiro.
"O juízo prévio que formulamos acerca dos pensamentos alheios não é condizente com o que o outro pensa de fato" O que faz com que um pedaço de papel tenha valor para trocarmos por objetos e serviços senão o fato de observadores terem atribuído tal valor ao papel? Contudo, esquecemos que o dinheiro foi criado como instrumento para facilitar as trocas, e começamos a valorizá-lo em si mesmo, muitas vezes abrindo mão de nossa liberdade, de nossas próprias vidas, matando ou morrendo, em função de “um pedaço de papel”.
Tornando esse processo ainda mais complexo, muitas vezes atribuímos essa “realidade”, com existência independente de nós, a idéias, a juízos emitidos por um observador. Contudo, o peso que tais idéias ou palavras exercem sobre nossas ações, sobre nossos estados emocionais, sobre a construção de nossas vidas, muitas vezes, é imenso.
Mais complexidade ainda encontramos quando atribuímos uma realidade ao que nós, como observadores, supomos que