Imigracao italiana
POR QUE O RIO GRANDE DO SUL?
Os estados do Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná receberam imigrantes europeus, em especial italianos-vênetos, não como substituição da mão-de-obra escrava, mas como processo de implantação da agricultura em pequena propriedade, trabalhada pela mão-de-obra familiar. Neste sentido, o Rio Grande do Sul foi privilegiado, não só pelo maior número de imigrantes, (cem mil), mas, também, pela política do governo central através da implantação de quatro Colônias Imperiais em território gaúcho, o que não ocorreu nos outros estados acima citados, embora tenha havido participação do governo imperial As Colônias Imperiais, apenas para relembrar, eram administradas diretamente pelo governo central, e foram: Conde D‟EU, Dona Isabel, Campo dos Bugres e Silveira Martins. Pode-se perguntar pelas razões deste interesse prioritário do governo imperial em trazer imigrantes para o Rio Grande do sul. O Imperador, preocupado com possíveis novas invasões por parte de países vizinhos, como a do Paraguai, empenhou-se pessoalmente para povoar as terras devolutas – entenda-se por devolutas as terras pertencentes ao governo – situadas na Serra gaúcha, que começa na Serra de São Martinho, na região central, e se estende até o litoral. A política imperial tinha como objetivo principal ocupar essas terras fazendo dos seus ocupantes um exército civil que resistiria, num primeiro momento, ao exército invasor. É bom não esquecer que, no Rio Grande do Sul, a idéia de uma possível invasão argentina manteve-se até pouco tempo. Até a bitola dos trilhos do trem foram modificados para impedir que trens argentinos transportassem seu exército. Outro objetivo da política imperial era continuar a implantação da pequena propriedade como mudança da produção agrícola, já iniciada com a vinda dos imigrantes alemães a começar pela Feitoria de São Leopoldo e estendendo-se preferencialmente pelas terras