Imagens e cinema - linguagem

Algumas considerações
Qual fio de reflexão posso percorrer para falar dos três trechos dos filmes que assistimos na última aula? São várias as possibilidades, mas eu opto por discutir o enquadramento e o papel da câmara como narrador em diferentes perspectivas, dirigindo nosso olhar. No primeiro filme, “Asas do Desejo”, a cidade é sempre vista de cima, o narrador parte sempre do plano geral para o close, como se tivesse buscando algo, conduzindo-nos assim a olhar como se pudéssemos ver o que o anjo (era um anjo?) vê, e também ouvir aquilo que ele ouve. Já no segundo filme, “Janela da Alma” que discute o olhar, o narrador assume o olhar de vários personagens, e ainda assim conduz aquilo que vemos através dos enquadramentos, zoom etc. O último filme, “Brazil” foi um filme que eu não consegui entender pelas cenas vistas, e por isso procurei algumas sinopses na Internet, além da explicação da seqüência que o professor nos explicou. Acredito que posso também discutir o olhar nesse filme já que fala sobre a câmera em todos os lugares, e um engano que acontece por causa de uma cena vista sob a perspectiva da câmera. A partir desses três trechos, posso dizer que o caráter político da câmera é justamente o enquadramento, que simula a verdade, mas é na verdade uma perspectiva que foi intencional, assim não vemos toda a realidade, mas aquilo que alguém queria mostrar. Mas isso não significa que nunca vemos aquilo que queremos, acredito que assim como ocorre com outras formas de linguagem, a leitura de imagens é socialmente construída. A diferença é que essa impressão de verdade que as imagens passam inibem a criticidade das pessoas que a vêem, no entanto cada pessoa se apropria das imagens de acordo com sua história e suas vivências. Outro ponto a ser discutido a partir disso e que aparece (ou pelo menos eu vi) no filme “Brazil” é a hegemonia dos MCM, já que há diversos ambientes com pessoas completamente diferentes mas com uma mesma imagem na