Linguagem Cinematográfica
O século XX inaugurava uma era da predominância das imagens. Até este momento as imagens já eram exploradas com interesse pelo homem desde os primórdios com pinturas rupestres e aos poucos com as elaboradas técnicas de pintura, escultura até a fotografia. A sociedade evoluiu juntamente com a necessidade de registrar o cotidiano, o lúdico e movimento da vida. Essa evolução deságua hoje na overdose de imagem e vídeo que vivemos no século XXI com nossos smartphones, tablets, TVs em full HD e o bom e velho cinema. Até o início do século XX o cinema mantinha em si ainda várias outras formas de expressão cultural, como a fotografia e o teatro. O cinema ainda não carregava o caráter de movimento único e singular que depois receberia. Longe ainda de ser definido como a Sétima Arte, o que conhecemos hoje por cinema era então apenas imagens em movimento. Muitas destas imagens produzidas nesse período carregavam o tom teatral das histórias apresentadas nos palcos, onde os atores gesticulavam amplamente em frente á câmera e levavam o plano estático de uma fotografia.
Exemplo importante dessas imagens foram os filmes de Méliès, que continham em sua composição uma série de planos simples, com uma câmera estática diante de determinada ação. Méliès nesta época já fazia o uso da montagem, porém, não ainda como forma de se criar uma narrativa e sim muito mais como um modo de fazer pequenos truques com a câmera a fim de impactar o espectador, quase como uma forma analógica dos nossos conhecidos efeitos especiais. Valorizava-se aqui a história e a atuação dos atores, ambos de uma forma envolvente. E paralelamente o cinema começava aos poucos a expandir suas técnicas e criar sua própria linguagem.
Viagem a Lua, 1902, George Meliès A linguagem do cinema foi sendo construída juntamente com a nossa percepção de compreender este, através de repetições de técnicas ainda básicas e uma fervorosa