IMAGEM E PAISAGEM URBANA

IMAGEM E PAISAGEM URBANA
1ª Aula – 8º. Período de Arquitetura
Cidade: Linguagem e Representação

A CIDADE ENQUANTO ESPAÇO DE REPRESENTAÇÃO COTIDIANA
Partimos da hipótese de que a cidade é um tipo específico de linguagem, ou melhor, a cidade nas suas múltiplas dimensões é considerada como um texto de linguagem. Porém, uma linguagem não-verbal que diferente daquela verbal, não possui um código arbitrário como, por exemplo, a nossa língua. Portanto, num primeiro momento é indispensável verificar que língua e linguagem não são sinônimos, pois, toda linguagem vai além dos aspectos convencionados da fala e da escrita incorporando um amplo sistema de representação que inclui o verbal e o nãoverbal (sons, imagens, paladares, silencio, odores, etc). Em outras palavras, o texto não verbal não possui um código, mas a sua marca decorre da fragmentação sígnica. Essa fragmentação gera uma espécie de opacidade ou neutralidade significativa: qual é o significado do texto não verbal? O texto não verbal não exclui o significado, nem poderia fazê-lo sobre pena de destruir-se enquanto linguagem. Seu sentido, sobretudo, por força da fragmentação que o caracteriza, não sugeri a priori, mas decorre de sua própria estrutura significante, do próprio modo de produzirse no e entre os resíduos sígnicos que o compõem. Este significado não esta dado, mas pode produzir-se. Trata-se de um texto feito de resíduos signicos, de uma espécie de lixo de linguagem. Ou seja, o texto não verbal nos remete a outro raciocínio lógico, onde o significado não se impõe, mas pode se distinguir sem hierarquia, numa simultaneidade, logo não há um único sentido, mas uma multiplicidade deles.
Essa outra lógica produzida pelo não verbal requer um raciocínio mais elaborado no seu processo de decodificação, pois trabalha com associações por similaridade muito mais do que por contigüidade.
Os textos não-verbais não se impõem à observação, mas estão incorporados à realidade e estão, por assim dizer, incógnitos. Não se