A paisagem urbana
As dinâmicas sociais promovidas nos processos de urbanização imprimem no espaço urbano os traços da organização social, política e econômica das relações humanas. Aldo Rossi ratifica esta afirmação quando considera que “a cidade, como coisa humana por excelência, é constituída por sua arquitetura e todas aquelas obras que constituem seu modo real de transformação da natureza” . O desenho das cidades éexprime, portanto, o modo como essas relações são traduzidas e materializadas.
As vias públicas, as edificações, os equipamentos, os monumentos, a vegetação, o mobiliário, e todos os demais elementos das cidades, integrados, ou não, com o ambiente natural compõem o cenário urbano. Sejam eles fixos ( como as construções, árvores, pavimentação, ruas), ou semifixos como ( anúncios, comércio ambulante) ou ainda móveis (como os automóveis, pessoas), dão forma ao que José Afonso da Silva define como “a roupagem com que as cidades se apresentam a seus habitantes e visitantes” , a formando assim a Paisagem Urbana.
De modo mais específico, Camila Mendes conceitua paisagem urbana como “a percepção individual, espacial e temporal da composição de todos os elementos fixos, semifixos e móveis” . A autora acredita que a paisagem urbana resulta das constantes e diferentes formas de associação dos vários elementos que a constituem.
Nesse sentido, Wilheim considera que:
Uma paisagem urbana constitui uma realidade física, composta por edificações e equipamentos, por elementos da natureza e por espaços entre construções; paisagem complexa que é percebida, em conjunto ou em detalhe, pelos moradores e pelos usuários de uma cidade. Trata-se, portanto, do resultado perceptível de múltiplas ações humanas, que se somam e se modificam com o tempo. Estas ações se realizam sobre um sítio natural, com sua topografia, sistema de drenagem, microclima, fauna e flora original. A paisagem urbana, resultante da atividade do homem alterando este sítio natural, é a tradução concreta da