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Theresa Jaynna de Sousa Feijão1
Francisca Verônica Cavalcante2
Introdução
A comunicação proposta é parte da pesquisa “Gira gira criancinha: um olhar antropológico sobre as crianças do Santo Daime no espaço religioso ‘Céu de Todos os Santos em Teresina – PI’” em andamento no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPI. O problema é compreender a ingestão de substâncias psicoativas por crianças e como a relação corpo/saúde é significada pelos adeptos e pelas crianças nos rituais e no cotidiano dos sujeitos pesquisados. O objetivo é compreender como o corpo e o cuidado com a saúde são significados pelos adeptos e pelas próprias crianças nos rituais em que há a ingestão da bebida sagrada (ayahuasca) por todos os participantes.
O diálogo teórico com o nosso campo contempla os seguintes autores: Macrae (1992); Mauss (2003); Le Breton (2011); Cavalcante (2009); Amaral (2002); Foucault (2007). A metodologia utilizada: etnografia, observação participante, caderno de campo, oficinas, imagens fotográficas e fílmicas.
Podemos afirmar que a religião do Santo Daime é marcada por uma “nova” maneira de lidar com a saúde e a doença e se expressa na ingestão da bebida sagrada e na relação corpo-mente-espírito, o que produzirá “uma educação” e “emoções” expressas e manifestas nos corpos dos adeptos e das crianças participantes.
A regulamentação da ayahuasca e a ingestão por adeptos da religião do Santo Daime, particularmente, por mulheres grávidas e crianças
O Santo Daime é uma religião brasileira originada na floresta amazônica fundada por um maranhense, Raimundo Irineu Serra, que atraído pela efervescência da borracha (em 1912 a produção amazônica da borracha atinge seu auge histórico) muda-se para Rio Branco, capital do Acre em 1910 e depois integra a Comissão de Limites e Fronteiras no ponto intitulado “Três fronteiras” – pois ali, Peru, Bolívia e Brasil se encontram. Foi no