IDEOLOGIA
Fiquemos, por enquanto, com o exemplo das propagandas feitas para a televisão. Independentemente do produto ou da marca que divulgam os comerciais de TV operam por meio da afirmação de certas características desejadas pelas pessoas. Assim, vemos comerciais que procuram ligar a imagem de seu produto a de uma pessoa independente, criativa, livre. É como se você se tornasse tudo aquilo pelo simples fato de consumir aquele produto. Simples assim, sem nenhum esforço maior.
O investimento é feito em torno da imagem: o produto cria uma imagem de sucesso, ou de liberdade, ou de independência, ou de juventude, ou de irreverência dele, ou mesmo de tudo isso junto. A imagem do produto age sobre o consumidor em potencial como uma forma de identificação: você escolhe os produtos que consome de acordo com os valores que eles representam.
E talvez o mais interessante seja o poder de autoreferência da propaganda, isto é, a capacidade que ela tem de criticar a si mesma. Apenas um exemplo: você certamente conhece o comercial de uma marca de refrigerante que trabalhou o seguinte slogan: "Imagem nao é nada; sede ê tudo. Beba...". Ora, essa propaganda trabalhava com uma critica da vinculação a uma imagem, colocando que o importante mesmo era a sede. Tentava, com isso, passar uma imagem de irreverência e crítica. Mas, se de fato imagem não è nada, então por que não beber água, e sim o refrigerante?
O que fica bem evidente nos comerciais de TV ê o fundamento do mecanismo de qualquer propaganda. Se sua função é vender um determinado produto, é necessário que você se convença da necessidade de consumi-lo. O convencimento do consumidor é a tarefa básica do marketing. Mas esse convencimento, na maioria das vezes, é feito com base em mentiras