ideologia
As principais determinações que constituem o fenômeno da Ideologia são:
A Ideologia é resultado da divisão social do trabalho e, em particular, da separação entre trabalho material/manual e trabalho espiritual/intelectual;
Essa separação estabelece a aparente autonomia do trabalho intelectual face ao trabalho material;
Essa autonomia aparece como autonomia dos produtores desse trabalho, isto é, dos pensadores;
Essa autonomia dos produtores aparece como autonomia dos produtos desse trabalho, ou seja, das ideias;
Essas ideias são as ideias da classe dominante de uma época;
A Ideologia é um instrumento de dominação de classe;
A história nos é contada de “grandes homens”, “grandes feitos”, “grandes progressos”, mas a Ideologia nunca nos diz o que são esses “grandes”. Em quê sentido? Por quê? Em relação a quê? Talvez, a Ideologia nos tenha trazido mais questionamentos do que respostas.
No entanto, o saber histórico nos dirá que esses “grandes” são os “grandes e poderosos”, os dominantes, cuja “grandeza” depende sempre da exploração e dominação dos “pequenos”.
Graças a esse tipo de história (que não analisa e não explica os fatos), a Ideologia pode manter sua hegemonia mesmo sobre os vencidos, pois estes interiorizam a suposição de que não são sujeitos da história, mas apenas seus pacientes (alienados).
Somente uma prática política nascida dos explorados e dominados e dirigida por eles próprios pode desmanchar a Ideologia.
É duma importância a crítica da Ideologia que consiste em preencher as lacunas e os silêncios do pensamento e discurso ideológicos, obrigando-os a dizer tudo que não está dito, pois dessa maneira a lógica da Ideologia se desfaz e se desmancha, ficando apenas os fatos “realmente reais”.