Ideologia liberal e políticas sociais no capitalismo avançado

CAP. 3 - Ideologia Liberal e Políticas Sociais no Capitalismo Avançado

Faleiros afirma que as políticas sociais conduzidas pelo Estado capitalista representam um resultado da relação e do complexo desenvolvimento das forças produtivas e das forças sociais. Elas são o resultado das lutas de classes e ao mesmo tempo contribuem para a reprodução das classes sociais. Segundo o autor, nas sociedades capitalistas avançadas, estas medidas de política social, são mediações para reproduzirem a força de trabalho, segundo o projeto da fração hegemônica da burguesia. Partindo dessa ótica, podemos afirmar que as políticas sociais não são pensadas como alavanca de direitos, mas como resultados dos interesses do capital e não da expansão de cidadania, o que não exclui o sentido de luta de classes. Mesmo sendo também reflexos das lutas de classes contra os abusos e perversidades do capitalismo, essas políticas sociais não deixam de ser um ganho para o capital, pois uma vez efetivadas amenizam os conflitos e estimulam o aumento da produção contribuindo cada vez mais para com a reprodução capitalista. Entretanto, essas mediações realizadas pelo Estado se limitam e se dinamizam pela força de dominação desta burguesia, e pelas contradições das diferentes frações da burguesa e pela força dos movimentos das classes subordinadas, e de sua capacidade de obter concessões e/ou de constituir alternativas concretas ao poder existente.

3.1. Elementos Constitutivos da Política Social Liberal

Aqui o autor aponta que segundo a visão liberal, a ação espontânea do mercado deveria ocasionar um equilíbrio entre todos os indivíduos, cuidando para que todos tenham chances justas, de tal sorte que todos pudessem nele tirar vantagens, pelas vias da livre concorrência e da livre escolha. Porém, ele acentua que esta utopia liberal jamais foi realizada, onde na realidade o mercado tem sido um mecanismo que mantém a desigualdade de condições. Para “corrigir” esse