Identidades do Brasil
A história ocupa-se em registrar cronologicamente o passado da humanidade em geral, o que a faz que seja reescrita continuamente. Só é possível compreendê-la com o decorrer do tempo, mas não de maneira rápida e sucessiva, sua construção necessita de um distanciamento do presente. A história permite enxergar o presente que hoje já é passado, reescrevendo e restaurando o velho e o novo.
Ao longo do tempo ocorrem mudanças e são elas que fazem com que a história seja refeita inúmeras vezes. Não há como ter um passado fixo, pois o tempo se renova a cada minuto criando sempre a expectativa de um futuro próximo e um passado velho. Em cada presente tem-se uma visão parcial do passado e do futuro, por isso não há uma “verdade histórica”.
Cada vez mais historiadores escrevem uma nova história, renovando e reconstituindo fatos já acontecidos e relatados por seus antecessores. Para que se possam diferenciar dos falsários é necessário uma pesquisa abrangente com documentos verdadeiros, pesquisas entre outros, porém nada impede que outras comprovações no futuro desvalorizem as atuais. Um conjunto de interpretações em diversas épocas pode esclarecer algo importante na história ou mesmo dar continuidade a um processo.
Ler Varnhagen é ouvir o pensamento brasileiro e a história brasileira dos anos 1850. O Brasil dos anos 1960-70 representa uma continuidade em relação ao de 1850. O Brasil é constituído por uma variedade de visões parciais ao decorrer da história. Há duas categorias temporais no discurso do Brasil: a mudança, pela autonomia e liberdade nacional e a continuidade pelas forças que renovam a dependência. As interpretações do Brasil têm como objetivo mudar o presente e imaginar um futuro, uma mudança em todos os aspectos. Sempre haverá inovações, reafirmações, novas teses, ruptura das tradições, o tempo é contínuo e a história caminha junto a ele. Mas não se pode perder o passado, pois ele também faz parte do presente dentro da história. Os