IDENTIDADE
O homem só existe como ser social e que, para tanto, ele passa pelos processos de socialização primária e secundária. Tais processos se dão por meio da incorporação de papéis socialmente construídos.
Talvez seja útil acrescentar que o conceito de identidade humana está relacionado com um processo. É fácil isso passar despercebido. À primeira vista, as afirmações-eu e as afirmações-nós talvez pareçam ter um caráter estático. Uma pessoa de 50 anos é diferente da pessoa que era aos dez. Por outro lado, a pessoa de 50 anos mantém uma relação singular e muito especial com a de dez. Aos 50, já não tem a mesma estrutura de personalidade dos dez anos, mas é a mesma pessoa, isso se dá pela continuidade do desenvolvimento que é a condição para a identidade do indivíduo.
Toda identidade é relacional, ou seja, marcada pela diferença. O ser humano, para construir um Eu, precisa construir esse Eu em uma relação com um outro. Em outras palavras, para que qualquer Eu surja, é preciso que exista alguma coisa ou alguém que possa ser classificado como outro. Normalmente acreditamos que a identidade tem a ver com identificar-se com os iguais. Mas é preciso entender que existem pessoas iguais e queremos nos unir a elas, isso ocorre porque acreditamos que existam os que sejam diferentes. Não interessa se essas diferenças realmente existem, se elas se baseiam em fatores reais ou imaginários. Para a diferença existir, basta que as pessoas acreditem que ela exista.
Essa construção se dá por meio de símbolos, ou seja, ocorre o que chamamos de uma marcação simbólica. Por meio da marcação simbólica os grupos expressam sua identidade uns para os outros. Na maioria das vezes, o símbolo pode ser um objeto, mas ele também pode ser um sinal, um elemento gráfico, entre outros. Ele passa uma mensagem, um significado, que é entendido pelos outros grupos. Por exemplo: uma casa não é somente uma casa em nossa sociedade. Uma casa também pode ser um símbolo e