identidade
***Leia o texto com atenção:
CORAÇÃO DE ROBÔ
O robô “Zé Vírgula Quatro” andava triste, por não ter ninguém com quem brincar. À noite, depois de ter feito todas as contas, cálculos e outras operações matemáticas, e de ter transportado minérios raros de um lugar para outro, fechavam-no a sete chaves num armazém escuro onde tinha por companhia tubos de ensaio, provetas, parafusos, várias ferramentas e outros aparelhos esquisitos que ele nem sequer sabia para que serviam.
Na manhã seguinte davam-lhe instruções rigorosas sobre o que tinha que fazer. As suas tarefas eram sempre muito complicadas e ele não podia falhar.
Um dia, cansado de fazer sempre a mesma coisa e já farto de números, e de cálculos difíceis, ficou ainda mais triste e sentiu que pelo seu corpo de lata escorriam gotas de água. Os técnicos analisaram as gotas durante alguns dias e, por fim, chegaram a uma conclusão: “São lágrimas!” O robô “Zé Vírgula Quatro” estava chorarando e para os seus inventores e para os donos da fábrica onde ele trabalhava um robô que chorasse era um robô que não prestava mais.
Imobilizado num canto do grande armazém onde costumavam guardá-lo à noite, “Zé Vírgula
Quatro” ouviu a sentença final:
- Deixou de prestar. Temos que vendê-lo como sucata!
“Zé Vírgula Quatro” sentiu o que nunca havia sentido: dentro do peito feito de metal e de fios emaranhados havia agora um coração que batia a galope.
As crianças que viviam na vizinhança da fábrica juntaram-se e pediram que, em vez de transformarem-o em sucata, colocassem-o no meio do jardim onde costumavam brincar. O pedido foi atendido. Hoje, “Zé Vírgula Quatro”, rodeado de crianças e pássaros, já não chora e o seu coração sempre que bate é de alegria.
José Jorge Letria, Histórias do Sono e do Sonho, Desabrochar
Adaptação: Profe Janete Motta
*** Numere os parágrafos.
1) Trabalhando o texto:
a) Ligue a palavra ao seu sinônimo:
transportados * * vidros compridos para realizar experiências
tubos