Identidade cultural
O exterior exerce um importante papel na formação de nossa identidade, que está presente no nosso imaginário e é transmitida, fundamentalmente, por meio da cultura. A identidade é o que nos diferencia dos outros, o que nos caracteriza como pessoa ou como grupo social. Ela é definida pelo conjunto de papéis que desempenhamos e é determinada pelas condições sociais decorrentes da produção da vida material. Quando nos referimos à identidade cultural, referimo-nos ao sentimento de pertencimento a uma cultura nacional, ou seja, aquela cultura em que nascemos e que absorvemos ao longo de nossas vidas. Ressaltamos aqui, que esta identidade não é uma identidade natural, geneticamente herdada, ela é construída. Hall
(1999: 50) assim a define: “uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações, quanto a concepção que temos de nós mesmos”. Para este mesmo teórico, a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é interpelado ou representado, ela não é automática. Ele apresenta-nos três concepções de sujeito e suas respectivas identidades: o sujeito do Iluminismo, o sujeito sociológico e o sujeito pós-moderno. O sujeito do Iluminismo baseava-se na concepção da pessoa humana como totalmente centrada, unificada. Correspondia a uma concepção individualizada e o centro essencial do EU correspondia a sua identidade. Tal concepção é reforçada por Descartes quando este estabeleceu a concepção do sujeito racional, pensante e consciente, situado no centro do conhecimento, o chamado sujeito cartesiano. À medida que o mundo moderno se tornava mais complexo, emergia a consciência de que esta essência interior do sujeito, que determinava sua identidade, inexistia.
O sujeito não é autônomo e auto-suficiente, mas é formado com outras pessoas que lhe mediam os valores e símbolos – a cultura. Assumia-se o entendimento de que a identidade é