Idades do homem
David Elkind
Erikson, no livro “Infância e Sociedade”, apresenta três contribuições principais ao estudo do ego humano. Primeiro, sugeriu que, lado a lado com os estágios de desenvolvimento psicossocial descritos por Freud (oral, anal, fálico e genital), havia estágios psicossociais de desenvolvimento do ego, nos quais o indivíduo tinha de fixar novas orientações básicas para si e para seu mundo social. Em segundo lugar, afirmou que o desenvolvimento da personalidade não para na adolescência, mas continua através de todo o ciclo vital. E, finalmente, declarou que cada estágio tem ao mesmo tempo um componente positivo e outro negativo. Examinando-se o esquema dos estágios de vida pode-se compreender muita coisa a respeito dessas contribuições, bem como sobre o modo de pensar de Erikson. Ele identificou oito estágios no ciclo da vida humana, em que cada um dos quais se torna uma nova dimensão de “interação social”, que quer dizer, uma nova dimensão na interação da pessoa consigo mesma e/ou com seu ambiente social.
1ª - CONFIANÇA x DESCONFIANÇA - O primeiro estágio do esquema erikssoniano corresponde ao estágio oral da teoria psicanalítica clássica e, em geral, transcorre durante o primeiro ano de vida. No entender de Erikson, a nova dimensão social que emerge, durante este período, é de confiança básica, num extremo e a desconfiança, no outro. O grau em que a criança vem a confiar no mundo, nas demais pessoas e em si própria, depende em grande parte da qualidade dos cuidados que recebe. A criancinha cujas necessidades são satisfeitas logo que aparecem, cujos desconfortos são prontamente atendidos, que é acariciada, com a qual se brinca e conversa, desenvolve uma noção do mundo, como sendo um lugar seguro de estar e, das pessoas, como prestativas e dignas de confiança. Quando, porém, os cuidados são irregulares, insuficientes e com a marca da rejeição, promove, a desconfiança básica,