Iconografia é o ramo da história da arte que trata do significado das obras de arte em oposição à sua forma. Quando um conhecido saúda, erguendo o chapéu, o que se observa é a mudança dos pormenores na configuração da estrutura geral que constitui o mundo visual. Ao identificar esta configuração como um objeto e a mudança de pormenor como um evento, já se entra numa primeira esfera do assunto ou significado, que agora é uma natureza elementar facilmente compreensível. Este significado factual capta-se através da identificação de formas visíveis com certos objetos conhecidos. Os objetos e eventos irão originar uma certa reação. Através do evento (levantar o chapéu) pode-se perceber o humor do conhecido (objeto) e os seus sentimentos em relação a quem saúda. Estes matizes psicológicos investem de um significado acrescentado chamado expressional. Para compreendê-lo é necessário o conhecimento quotidiano de objetos e eventos. Deste modo, significado factual e expressional constituem a classe de significados primitivos ou naturais. A compreensão de que o levantar do chapéu substitui a saudação pertence a um domínio de interpretação distinto. Esta maneira de cumprimento é própria do mundo ocidental, sendo um resíduo da cavalaria medieval. Para entender o significado da ação, é necessário estar familiarizado com o mundo mais-que-prático das tradições e costumes culturais de uma civilização. O indivíduo pode ou não estar consciente das conotações expressionais. Pode revelar a um observador experiente aquilo que constitui a sua «personalidade», condicionada pela pertença ao século XX, fundo social educativo e nacional. Não seria possível fazer um retrato mental com base numa ação isolada, apenas pelo conjunto de várias ações. Podemos transferir o resultado desta análise do quotidiano para uma obra de arte, nos mesmos 3 estratos. 1.Significado natural, dividido em expressional e factual, é captado através da identificação de formas puras, das suas relações