Iconografia & iconologia

Iconografia – ramo da história da arte que se ocupa do significado das obras de arte em oposição à sua forma, marcado portanto pela dicotomia entre assunto/significado e forma. Implica um método de procedimento puramente descritivo e classificativo. É um auxiliar precioso no estabelecimento de datas, proveniências e autenticidade; fornece a base necessária para toda a interpretação ulterior, mas não se propõe a realizá-la por si. Divide-se em duas fases: descrição pré-iconográfica e análise iconográfica.
Significado primário ou natural: compreendido pela identificação de formas puras (configurações de linhas, de cor, de massas, objectos naturais, etc.) e das suas relações enquanto eventos; e pela percepção de qualidades expressionais (ambientes, atmosferas). Uma descrição pré-iconográfica revelar-nos-ia uma análise dos motivos artísticos para evidenciar o significado dos significados primários ou naturais.
Significado factual: apreendido pela simples identificação de certas formas visíveis com certos objectos e pela identificação da alteração nas suas reacções com certas acções ou eventos.
Significado expressional: apreendido por via da sensibilidade individual, resultado da experiência prática, ou seja, da familiaridade quotidiana com objectos e eventos.
Significado secundário ou convencional: encontra-se para além do que é sensível e entra no espectro do inteligível. É atribuído conscientemente à acção pela qual é expresso. Uma imagem é conseguida pelo reconhecimento de motivos artísticos/composições portadores de temas/conceitos. Combinações de imagens resultam nas convencionalmente chamadas histórias e alegorias (ou invenzioni). A identificação destas imagens, histórias e alegorias é o domínio geralmente denominado iconografia. Significado intrínseco ou conteúdo: princípio unificador que justifica o evento visível e a sua significação inteligível, e que determina mesmo a forma sob a qual ocorre o evento visível. É assimilado através da investigação dos