Há saída para os países em desenvolvimento?
Curso: Relações Internacionais
Matéria: Economia Internacional III
Neste trabalho discorreremos sobre os possíveis caminhos a serem traçados pelos países em desenvolvimento para alcançar o desenvolvimento no atual estágio do capitalismo. Para tanto, partiremos do pressuposto desse novo estágio (isto é, a configuração das esferas produtiva, financeira e ideológica no pós anos 1980) para apontar as brechas existentes nesse sistema, as quais podem ser aproveitadas pelos países emergentes em sua busca pelo desenvolvimento. Mostraremos as propostas concebidas pelos autores: Aykyüz, Amsden e Perez. Por fim, objetiva-se analisar a viabilidade dessas propostas para alcançar o referido objetivo.
Uma das principais mudanças ocorridas no pós 1980 se deu no modo como as multinacionais organizam sua cadeia produtiva. A planta produtiva não mais se concentra em um único território. Conforme Chesnais1 destaca, a centralização do capital é simultânea à descentralização produtiva. Ainda reiterado por Reich2, com o conceito de supercapitalismo, a produção se dá em uma cadeia de fornecimento global. O mercado e a produção da empresa são pensados globalmente – as empresas visam a redução de custos (vale lembrar que uma forma recorrente de reduzir os custos, neste período que estamos tratando, é por meio da terceirização) e, portanto, expandem sua produção para lugares onde os fatores produtivos sejam mais baratos. Reflexo disso é o fato de que o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) se torna uma das principais modalidades de investimento, aumentando enormemente o seu fluxo para os países em desenvolvimento. Esse movimento de IDE tem como pré-requisito a abertura dos mercados nacionais, o que leva a uma pressão política por parte dos países centrais para a liberalização e flexibilização dos mercados, as quais foram possíveis devido à derrota da ideologia keynesiana