Horkheimer e o sujeito do desejo
§1 (p.23). Para a desconfiança que alguns historiadores manifestam contra a psicologia muito contribuiu com razão o comprometimento que alguns sistemas psicológicos tiveram com um utilitarismo racionalista.
Se a história, comenta Horkheimer, apresenta ainda dificuldades e desconfiança no trabalho com a psicologia, neste processo de transformá-la em ciência auxiliar, isto se deve ao “utilitarismo racionalista” que alguns sistemas psicológicos se comprometeram em defender: ou seja, numa explicação da psique humana à luz de um fim imediato, utilitário, como se toda ação humana só ocorresse à luz de interesses específicos e individuais – a história, à luz destes sistemas, será movida por uma espécie de egoísmo.
Como conseqüência, os homens são obrigados a agir exclusivamente com base em consideração sobre seu lucro material.
Na visão de história que interessa a Horkheimer, o homem nas sociedades liberais só agiria visando seu lucro material e nada mais. Podemos dizer que, nesta chave interpretativa, uma revolução proletária seria absolutamente impossível (a ação socialmente exigia como aponta Horkheimer), pois a identificação do grupo – a chamada consciência de classe – não seria nunca capaz de preceder a consciência de si.
Tais noções