Homossexualismo para Freud
Freud afirma que a fantasia homossexual possui uma relação íntima, talvez invariável, com a paranóia, mas não constitui seu mecanismo (Freud, 1911). Preconiza que na paranoia existe uma fixação do sujeito no estádio do narcisismo. É por meio do mecanismo particular da paranóia que ele percebe que, diferentemente da neurose, o desligamento da libido dos objetos é utilizado de modo particular: a libido, uma vez retirada dos objetos, reflui para o eu com a finalidade de engrandecimento do mesmo. Encontramos nas palavras do psicanalista Antonio Godino Cabas uma síntese precisa: “o homossexualismo da psicose não é um dado objetal. É uma referência narcisista, é um dado do sujeito”.
Quanto à aproximação entre homossexualismo e narcisismo, embora Freud tenha sempre defendido em sua obra que o homossexual masculino realiza uma escolha de objeto narcísica, justamente em Introdução ao narcisismo (1914), em que ele formula a noção de narcisismo, afirma primeiro que tanto a escolha narcísica de objeto como a escolha anaclítica de objeto estão presentes em todos os sujeitos, de acordo com a premissa da existência de um narcisismo primário; segundo, que o narcisismo diz respeito a uma imagem ou a um ideal. Cabe lembrar que, segundo Freud, o amor é narcísico e que o narcisismo integra o curso regular do desenvolvimento. Quem sofreu alguma perturbação no desenvolvimento da libido, escolhe o objeto de amor a partir de sua própria pessoa. Tudo indica que procuraram buscar a si mesmos como objetos de amor, escolha de um tipo que chamaria de narcisista. O Homossexualismo é um exemplo.
O mito
A palavra Narcisismo é derivada da Mitologia Grega. Diz o mito grego que Narciso era uma criança tão linda e admirada que sua mãe, Liríope, preocupada com esse excesso, levou-o até o sábio Tirésias. Ele lhe disse que o menino só teria uma vida se jamais visse a própria imagem. Por muito tempo essas palavras pareceram destituídas de sentido, mas os acontecimentos que se