Homem cordial

Cordialidade e Modernidade

Seguindo a linha de raciocínio orquestrada por Sergio Buarque de Holanda, a cordialidade é caracterizada por um padrão de convívio humano, na qual a relação social vai se dar de maneira privada, baseada nos hábitos do meio rural e patriarcal, expressando um caráter social/parcial.
O homem cordial não tem a capacidade de fazer a distinção entre o mundo público e o privado, com o seu comportamento sendo guiado pela lógica da sua socialização, destacando aspectos sentimentais e as afeições domésticas.
É constante observar líderes, principalmente prefeitos, administrar um município, olhando somente para aqueles que são mais próximos, demonstrando com essa atitude uma parcialidade, ao governar para grupos específicos da população local. No entanto, a função de um representante do poder executivo, assim como do legislativo, é governar para todos, sem quaisquer distinções, agindo, portanto com imparcialidade, não pendendo para o lado na qual lhe convém.
Quanto ao termo moderno, faz-se necessária uma definição para elaborar a relação do mesmo com a cordialidade. Segundo o dicionário, significa: dos tempos mais próximos de nós, dos nossos dias; recente, atual; hodierno. Transportando este termo para a conjuntura histórica, moderno do ponto de vista político, quer dizer um cenário onde se observa uma ordem liberal-democrática.
Um país moderno é aquele na qual possui um grande desenvolvimento econômico, sobretudo independente, que consegue administrar seus problemas de maneira igualitária, com um sistema político e jurídico universal, ou seja, democrático, que busca promover projetos para a erradicação das desigualdades sociais presentes em sua estrutura social, além de possuir um mercado de trabalho que consegue oferecer empregos a todos.
Sobre democracia, Buarque afirma: "a democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido" (Holanda, 1994, p. 119)”
O caminho para a modernidade descrito por Sérgio Buarque divulga um duplo