homem cordial
Vestígios do que somos hoje são encontrados em um passado comum a todos nós. A essência do povo brasileiro está nos resquícios do processo de formação da sua história, onde a mistura do caráter de cada povo -tido caráter como o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar de cada indivíduo- resultou na formação de homens com aspectos nos vícios de uma sociedade antiga e patriarcal.
No capítulo sobre “homem cordial” no livro Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda, mostra sua principal preocupação da obra: o público se tornar uma extensão do privado. Ele mostra como a família patriarcal no Brasil influenciou na formação desse homem que não consegue separar a vida dentro da sociedade e do Estado da vida pessoal. Para ele isso demonstra a base dos conflitos políticos, se relacionando muitas vezes a base do favor, e também o fato do homem cordial não saber lidar com a hierarquia ou deixar de lado seus próprios interesses ou convicções para realmente gerir a comunidade.
Para Holanda, o homem cordial é a contribuição do Brasil para a civilização. Homem esse que sente uma espécie de pavor ao viver consigo e tende a considerar a parcela social como o que mais importa. Ele transforma tudo em convívio mais “familiar” deixando nítido o seu problema com hierarquias e mostrando também o pessoal. A manifestação normal de respeito que outros povos demonstram, para nós é dissolvida em desejo de intimidade. A partir disso fica mais fácil identificarmos a relação com a politica. Visto as eleições de 2014 e a busca de votos por parte dos candidatos é nítido a tentativa de aproximação com os eleitores, e também a forma intima de tratar tanto dos defeitos quanto das qualidades da figura pública daquele que se tornará representante do povo. Os votos são baseados na troca do favor, da intimidade e da empatia ao invés da analise concreta das propostas de