holocausto brasileiro

Holocausto Brasileiro

Neste livro, a jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: A desumanidade praticada no maior hospício do Brasil, o Colônia, situado na cidade Barbacena, MG. A autora traz para nós a triste realidade o genocídio, cometido com a conivência de médicos e autoridades. Lá, morreram cerca de 60 mil pacientes que eram tratados como animais. Uma época em que ter problemas sociais, psicológicos ou simplesmente ser diferente era uma sentença de morte. Em sua maioria, haviam sido internados à força e cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com maior poder, meninas grávidas, violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, alguns inclusive eram apenas tímidos. Não tinham critério médico nenhum, até delegados poderiam autorizar a internação compulsória.
É um bom livro sobre uma história muito medonha.
O Colônia foi fundado em 1903, mas o período da barbárie ocorreu entre 1930 e 1980 onde se praticava as torturas e os maus-tratos como a lobotomia e os choques elétricos. Teve época em que morria 16 pessoas por dia de fome, de frio, de doença e de maus-tratos. Mais de 1.800 corpos foram vendidos para faculdades de medicina em todo Brasil, ou seja, eram tratados como mercadorias e viravam lucro até depois de mortos, sem nenhum respeito.
Os pacientes se pareciam prisioneiros dos campos de concentrações nazistas, já que chegavam por um trem o “Trem dos doidos”. Os homens eram obrigados e raspar a cabeça e perdiam sua identidade, seu nome. Quem chegava lá, era deixado a própria sorte com a comida parecendo lavagem, com fezes e urina em todos os lugares, doentes com moscas no corpo e muitas vezes tendo que comer ratos e tomar a água do esgoto que percorria o