holocausto brasileiro
Almeida, Érika Bicalho1
Resumo
A cidade de Barbacena tem grande importância na história da Saúde Mental do
Brasil. Tradicionalmente a cidade foi responsável pela demanda psiquiátrica de
Minas Gerais, e o Hospital Colônia de Barbacena tornou-se uma referência do modelo manicomial entre às décadas de 1910 até 1990. Após denúncias de maus tratos a pacientes e a falência terapêutica e estrutural, paralelo ao processo de Reforma Psiquiátrica na década de 1990, Barbacena passou por uma série de mudanças que culminaram na reestruturação do seu sistema de
Saúde Mental, através da criação de uma rede de serviços substitutivos de cunho territorial, que culminou com a mudança das características do hospital de atuação puramente psiquiátrica para Hospital Geral com início nos anos
2000. Objetivo: Descrever a trajetória da enfermagem no Hospital Colônia de
Barbacena da década de 1970 até 2006. Método: Pesquisa qualitativa e descritiva. Foram utilizados como fontes de dados os documentos oficiais presentes nos arquivos do próprio hospital somados a artigos, teses e dissertações relacionadas ao tema. Os dados foram coletados e analisados nos meses de setembro a outubro de 2013, tendo o projeto de pesquisa passado pelo comitê de ética da Rede FHEMIG. Discussão: Em julho de 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia visitou o Hospital Colônia de Barbacena e definiu o que viu neste local, como o Holocausto Brasileiro. O Hospital Colônia de Barbacena-HCB foi inaugurado em 1903 e é considerado o primeiro hospital psiquiátrico público de Minas Gerais, que nesta época trabalhava na assistência aos "alienados" do Estado, onde antes funcionava um Sanatório particular para tratamento de tuberculose. Em 1911, a instituição tornou-se um
Hospital Colônia, onde o trabalho era considerado a principal forma de terapia oferecida aos internos. Em 1940, doentes mentais, além de sifilíticos,
tuberculosos,