Sérgio Buarque de Hollanda escreveu o livro “Raízes do Brasil”, uma importantíssima obra que estuda nosso passado e suas palavras perpetuam até os dias de hoje. Publicado em 1936, se baseia na nossa identidade nacional, a formação social do país, tendo como tese central os resquícios, marcas e costumes que a colonização portuguesa nos deixou e – em alguns casos – as dificuldades de superá-los. O autor destaca as diferenças entre os países ibéricos do resto da Europa, afirmando que eram menos “europeizados” por terem a mentalidade de que o homem deveria depender de si mesmo – ilustra isso com a fraca influência feudal e o nascimento da burguesia mercantil entre os ibéricos -; evidencia a anarquia e o “liberalismo” presente na península, mais justa que o feudalismo e os seus privilégios; ressalta também o espírito aventureiro – principalmente dos portugueses – que enxergam o triunfo antes dos obstáculos, percorrer o caminho mais curto para obter o sucesso, diferente dos espírito trabalhador do resto da Europa – aqueles que analisavam as dificuldades e obstáculos antes de qualquer coisa. Estes fatores, somados a proximidade do atlântico, contribuíram com o avanço português ao Novo Mundo. Buarque de Hollanda ainda cita que a nobreza ibérica não gostava muito de “por a mão na massa”, e sim dar ordens; para eles, trabalho braçal não era digno. Costume herdado pelos brasileiros e presente nos dias de hoje. Este hábito desencadeou a mão de obra escrava nas colônias. A estrutura social baseava-se nos meios rurais, e os fazendeiros escravocratas dominavam a política. O povo estava a par de todas as decisões, o que exemplifica isso eram os movimentos sociais da época, que partiam das classes altas para depois chegar aos menos favorecidos – usados muitas vezes como massa de manobra. O historiador e sociólogo dedica um capítulo da obra ao “Homem Cordial”; que diz respeito ao brasileiro e uma característica, herdada de nossos colonizadores, que é resultado de uma