Hobbes e Espinosa - Parte 1
Para definirmos o que é liberdade para Hobbes temos que analisar primeiramente o Estado de Natureza, no qual todos os homens têm direito a todas as coisas, e não há impedimentos externos para as suas vontades. Em consequência disso temos um estado de guerra de todos contra todos e não há paz, e reina o medo e a insegurança . Para conseguir um estado de paz (onde não haja guerra de todos contra todos) há a passagem do estado de natureza para uma sociedade que vive através de leis que são promulgadas e aplicadas por um soberano; os homens renunciam a liberdade natural que eles têm e a a transferem a um soberano. Então podemos afirmar que a liberdade se relaciona com os direitos do soberano a partir do momento em que os homens se submetem a um soberano para governar a cidade e assim transferem todos os seus direitos a ele para que este assegure a segurança e a paz. Por essa transmissão definitiva, os homens perdem a liberdade de julgamento sobre o bem e o mal, sobre o justo e o injusto; e comprometem-se a aceitar bom e justo o que ordena o soberano, e mau e injusto o que o soberano proíbe através das leis.
2- O que significa necessidade para Spinosa?
Para entendermos a necessidade para Espinosa, temos que ligá-la ao conceito de determinismo tratado por este autor. No estado de natureza o homem é livre para fazer o que quiser e ele segue apenas o impulso suas paixões. Neste estado o homem cria superstições artificiais sobre as coisas, as crenças. O homem em estado de natureza age apenas de acordo com os seus sentimentos e vontades, sem o cultivo da razão. Então para ter uma compreensão de si ele passa a não sentir, mas entender os seus sentimentos, entender o determinismo das coisas. Como por exemplo: se um homem se jogar de um prédio ele irá cair, e não existe um “anjo” que irá segurá-lo. E assim o homem faz um acordo voluntário com o próximo, e consegue tomar consciência dos