Hobbes sob a luz da Escolha Racional
O presente trabalho objetiva discutir elemento associados à racionalidades presentes no Leviatã de Thomas Hobbes, problematizando como elementos postos na obra se articulam e interagem com conceitos e acepções da teoria da escolha racional.
Em O Leviatã, Hobbes destaca a necessidade fundamental de um soberano único e forte como forma de manutenção de um Estado forte, estável e coeso, assim coloca que os indivíduos se unem por consenso formando um pacto de construção do Estado e também se tornam súditos de um soberano que atua em defesa e na construção desse Estado que garante a estabilidade política e a defesa dos indivíduos.
Assim, Hobbes busca a partir da autopreservação como interesse predominante dos indivíduos para justificar a obediência por parte dos súditos a um soberano absoluto, em decorrência pode se colocar que se a obediência a um soberano absoluto é justificável, o mesmo também se aplicaria a outrem que seja um detentor de poder.
Além disso, se os súditos objetivam unicamente a autopreservação é possível que sejam persuadidos sobre a existência de um dever de obediência, logo os súditos com outras motivações menores também deverão reconhecer esse direito.
Dessa maneira, Hobbes deveria mostrar claramente dois pontos: primeiramente, que a obediência é um dever dos indivíduos interessados na autopreservação e, também demonstrar que o principal interesse de todos os indivíduos é a autopreservação.
De todo modo, parece claro que Hobbes acreditava que apesar dos indivíduos não terem clareza sobre quais seriam seus reais interesses, como fica claro nos conflitos religiosos, eles de fato teriam uma preferências definidas a priori e agiriam a partir dessa ordenação de maneira racional.
Abordando o primeiro ponto, Hobbes afirmara que a obediência a um soberano era um dever, posto que a alternativa, o estado de natureza, tornaria a vivência extremamente difícil. Posto que a vida em um estado de natureza é um estado